estrabismo em recém-nascido

Problemas de visão em recém-nascidos e como tratar

A chegada de um bebê é um momento cheio de alegria e expectativas, mas, junto com essa felicidade, vêm também muitas preocupações naturais. Entre elas, uma das questões mais frequentes para os pais é sobre o desenvolvimento da visão dos recém-nascidos.  

Afinal, entender se o bebê enxerga bem é um dos primeiros passos para garantir seu desenvolvimento saudável. Cada expressão, cada olhar e até o reflexo dos olhos são observados atentamente pelos pais. É durante esse período que os olhos e o sistema visual estão se estruturando, e algumas condições podem ser identificadas mais facilmente e tratadas precocemente 

Neste texto, vamos abordar quais são os principais sinais de problemas de visão em recém-nascidos, seus tratamentos e a importância da primeira avaliação oftalmológica. Nosso objetivo é ajudar a tranquilizar e informar os pais, para que possam acompanhar com segurança e cuidado o desenvolvimento da visão de seus pequenos. 

Quais são os sinais de problemas de visão em um recém-nascido? 

Falta de resposta a estímulos visuais 

Nos primeiros meses, é natural que o bebê comece a responder a estímulos visuais simples, como luzes, rostos e objetos em movimento. Os pais podem observar se o recém-nascido consegue focar brevemente em um objeto próximo, principalmente em contraste ou cores vivas. Se, após algumas semanas, o bebê não demonstrar interesse por esses estímulos, isso pode indicar algum problema visual e justifica uma avaliação. 

Reflexo branco na pupila (leucocoria) 

Em situações normais, o reflexo da pupila do bebê, quando exposta à luz direta ou ao flash da câmera, deve apresentar um tom avermelhado. O reflexo branco, ou leucocoria, é um sinal de alerta para condições como catarata congênita ou retinoblastoma (um tipo raro de tumor). Caso os pais percebam esse reflexo esbranquiçado em fotos, é recomendável buscar orientação médica rapidamente. 

Olhos desalinhados (estrabismo persistente) 

Nos primeiros seis meses de vida, é comum que os olhos dos bebês pareçam ligeiramente desalinhados. No entanto, se um dos olhos tende a permanecer desalinhado ou se o bebê não consegue fixar o olhar em um objeto, isso pode indicar estrabismo. Essa condição precisa ser monitorada, pois pode interferir no desenvolvimento da visão binocular, necessária para a percepção de profundidade, bem como prejudicar o desenvolvimento da visão no olho desviado. 

Movimentos oculares anormais ou descoordenados (nistagmo) 

Movimentos involuntários dos olhos, como tremores ou movimentos rápidos e repetitivos (nistagmo), podem ser um indicativo de problemas oculares ou neurológicos. Se os pais perceberem que os olhos do bebê “tremem” ou se movem desordenadamente de forma constante, isso também deve ser investigado por um oftalmologista. 

Excesso de lacrimejamento e secreção 

Lacrimejamento excessivo ou presença de secreção podem ser sinais de obstrução do canal lacrimal, uma condição comum em recém-nascidos. No entanto, se o lacrimejamento é constante e acompanhado de inchaço ou secreções, pode indicar infecções ou outras condições oculares, merecendo atenção especial. 

Frequente fechamento de um dos olhos 

Se o bebê frequentemente fecha um dos olhos, isso pode estar relacionado a dificuldades de visão ou sensibilidade ocular. Essa prática pode ser um indicativo de que o bebê tenta compensar a visão entre os olhos, podendo ser resultado de uma diferença significativa de foco ou problemas oculares que precisam ser investigados. 

Sensibilidade à luz (fotofobia) 

Alguns bebês podem demonstrar uma sensibilidade excessiva à luz, conhecida como fotofobia. Quando essa condição é persistente, especialmente acompanhada de outros sintomas, como lacrimejamento, pode indicar problemas oculares como glaucoma congênito. A fotofobia requer atenção e orientação de um especialista para investigação e cuidado.  

Meu bebê nasceu prematuro; isso afeta a visão dele? 

Sim, bebês prematuros apresentam maior risco de desenvolver problemas oculares, principalmente pela imaturidade dos vasos sanguíneos da retina, que estão em pleno desenvolvimento. Uma das condições patológicas mais comuns entre os prematuros é a retinopatia da prematuridade (ROP), que ocorre quando esses vasos crescem de forma anormal, afetando a visão e, em casos graves, podendo causar descolamento da retina. 

Além disso, a prematuridade está associada a um risco maior de estrabismo, erros de refração (como miopia) e outros problemas visuais, exigindo um acompanhamento oftalmológico mais próximo e frequente. Esse acompanhamento é fundamental, pois o diagnóstico e o tratamento precoce de condições oculares em bebês prematuros aumentam significativamente as chances de um desenvolvimento visual saudável. 

Por isso, o cuidado com a visão dos prematuros deve ser intensificado, garantindo que cada etapa do desenvolvimento visual seja monitorada com atenção e permitindo intervenções rápidas caso surjam alterações. 

Tratamentos de problemas de visão em recém-nascidos 

Catarata Congênita 

A catarata congênita, caracterizada por uma opacidade no cristalino, requer intervenção precoce. Em muitos casos, o tratamento envolve uma cirurgia para remoção da catarata, permitindo o desenvolvimento adequado da visão. Após a cirurgia, o bebê pode precisar usar óculos ou lentes de contato para ajudar na recuperação visual. 

Retinopatia da Prematuridade (ROP) 

O tratamento da retinopatia da prematuridade varia conforme o grau da condição. Para casos mais avançados, são usadas técnicas como o laser ou injeções de medicamentos anti-VEGF, que bloqueiam o crescimento anormal dos vasos. O acompanhamento regular é essencial para ajustar o tratamento conforme a evolução. 

Estrabismo 

O estrabismo persistente pode ser tratado com óculos, tampão ocular ou, em casos mais específicos, cirurgia para alinhar os músculos dos olhos. Esse tratamento é importante para evitar o desenvolvimento de ambliopia e melhorar a coordenação e a capacidade visual. 

Glaucoma Congênito 

O glaucoma congênito aumenta a pressão ocular, causando danos ao nervo óptico. O tratamento inicial pode incluir colírios, mas, em muitos casos, é necessária uma cirurgia para reduzir a pressão e proteger a visão do bebê. 

Erro de Refração (miopia, hipermetropia, astigmatismo) 

Erros de refração são monitorados e, em alguns casos, tratados com óculos especiais para bebês. Esse acompanhamento regular é importante para observar a evolução visual e, se necessário, corrigir com óculos na idade adequada. 

Ambliopia (olho preguiçoso) 

A ambliopia, ou olho preguiçoso, é tratada com oclusão, ou seja, o uso de tampão no olho dominante para fortalecer o olho mais fraco. Esse tratamento ajuda a equilibrar o desenvolvimento visual entre os olhos. 

Obstrução do Canal Lacrimal 

Essa condição pode se resolver com massagens específicas, orientadas pelo oftalmologista. Nos casos persistentes, um pequeno procedimento para abrir o canal lacrimal pode ser recomendado. 

Quando o bebê deve fazer a primeira avaliação oftalmológica? 

A recomendação é que todos os recém-nascidos sejam submetidos ao “Teste do Olhinho” nas primeiras semanas de vida. Esse teste rápido e indolor ajuda a identificar condições como catarata congênita e outras anomalias. No entanto, para bebês prematuros, com histórico familiar de problemas oculares ou que apresentem sinais de alerta, avaliações oftalmológicas adicionais podem ser necessárias. 

No primeiro ano de vida, outras avaliações podem ser recomendadas, especialmente se o pediatra ou os pais observarem algum sinal de possível alteração visual. A avaliação precoce é uma medida preventiva importante para garantir que possíveis problemas sejam tratados o quanto antes. 

Conforme a criança cresce, o acompanhamento oftalmológico deve ser mantido regularmente, pois muitas condições oculares se desenvolvem ao longo dos primeiros anos de vida.

Conclusão 

Monitorar a saúde visual dos recém-nascidos é uma parte essencial dos cuidados com o desenvolvimento infantil. Com atenção aos sinais de alerta e o suporte de uma clínica oftalmológica especializada no atendimento a recém-nascidos, é possível diagnosticar e tratar precocemente muitas condições que, se não tratadas, podem comprometer a visão. 

A visão é um sentido fundamental para o desenvolvimento social, cognitivo e emocional das crianças. Portanto, acompanhar cada etapa desse processo com orientações e avaliações oftalmológicas é um investimento na qualidade de vida e no futuro das crianças. 

Aqui no Centro Oftalmológico Integrado temos o COI Kids, em que oferecemos o que há de mais moderno para a prevenção e cuidado da saúde ocular das crianças. Entre em contato conosco e agende uma consulta. Vamos ficar felizes em ajudar! 

Revisão médica: Dr. Celso Lopez

Médico oftalmologista

CRM 75275

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