Lágrimas, dor de cabeça, dificuldade em ler e escrever. Esses podem ser sinais de que o seu filho não está enxergando como deveria. Veja como evitar esse cenário.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,4 milhão de crianças no mundo apresentam perda de visão em algum grau. E esse problema se acelera com a exposição dos pequenos às telas de tabletes, telefones celulares e televisores.
Nesse mundo cada vez mais virtual, como os pais podem fazer para evitar que as crianças tenham dificuldade de visão nos primeiros anos de vida? A primeira resposta à pergunta é fazer consultas frequentes com o oftalmopediatra, especialista em visão infantil.
No entanto, além da visita frequente ao profissional de saúde, há outros cuidados que os pais também precisam ficar atentos. Neste artigo, reunimos algumas dicas e manuais para ajudar os pais nessa jornada pela saúde ocular dos filhos. Confira!
Visão infantil: primeiros passos
Os cuidados com a saúde ocular da criança devem começar ainda quando são recém-nascidos. Todo bebê precisa passar pelo teste do olhinho, um exame essencial para investigar alterações que exigem intervenção médica urgente, tais como catarata, problemas de refração e glaucoma congênito, além do retinoblastoma, um tumor na retina.
Caso alguma dessas doenças seja diagnosticada, o bebê deve possivelmente passar por uma cirurgia ou por acompanhamentos constantes do oftalmopediatra. O profissional acompanhará de perto o avanço do quadro do recém-nascido.
Mesmo que o teste não revele nenhum problema com a visão do bebê, é recomendável que os pais levem seus filhos ao especialista uma vez por ano até completarem dez anos. Isso porque é na fase pré-escolar (dos 4 aos 6 anos) e na segunda infância (dos 6 anos até a puberdade) que costumam aparecer os erros de refração — miopia, astigmatismo e hipermetropia.
É também nos primeiros anos de vida que o desalinhamento dos olhos, chamado de estrabismo, costuma dar os primeiros sinais. Segundo estudo do ministério da Saúde “Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: detecção e internação precoce para a prevenção de deficiências visuais”, o estrabismo atinge cerca de 5% da população infantil.
A importância dos exames oftalmológicos em crianças
Os exames oftalmológicos pediátricos são muito importantes para garantir que os olhos do seu filho estejam saudáveis e não apresentem problemas de visão que possam interferir no desempenho da escola e potencialmente afetar a segurança do seu filho.
Os sintomas de possíveis problemas de visão em crianças incluem:
- Mau desempenho escolar
- Não querer ir para a escola
- Dificuldade em prestar atenção
- Dificuldade ao ler e escrever
- Problemas para ver as informações no quadro de giz
- Visão embaçada ou dupla
- Dores de cabeça ou dor nos olhos
- Lacrimejamento
- Vermelhidão ocular
- Levando mais tempo do que o normal para concluir a lição de casa
Para evitar esse cenário desesperador, inclua um exame oftalmológico como parte de cada exame físico anual de seu filho. E se o seu pequeno apresentar algum desses sintomas de problema de visão, ele precisará consultar urgentemente um oftalmologista.
Os exames oftalmológicos das crianças devem incluir os seguintes componentes:
Inspeção do olho: O profissional de saúde inspeciona os olhos e as pálpebras, examina os vários movimentos dos músculos oculares e examina as pupilas e o reflexo da luz na parte de trás do olho.
Oftalmoscópio: o oftalmologista examina a parte de trás do olho, onde se encontram a retina e o nervo óptico.
Teste do reflexo da luz da córnea: Usando uma pequena lanterna, o profissional de saúde observa o ponto onde a luz é refletida na superfície frontal do olho, chamada córnea. A luz refletida deve estar nítida centrada em ambas as pupilas. O resultado do teste é anormal se o reflexo da luz da córnea não for nítido e claro, ou se estiver descentralizado.
Teste de cobertura: Este teste detecta desalinhamento dos olhos, o chamado estrabismo. Enquanto a criança se concentra em um alvo, o examinador cobre cada olho, um de cada vez, para procurar uma “mudança” nos olhos.
Teste de acuidade visual apropriado para a idade: Usando uma tabela, o examinador pede à criança que leia ou identifique várias linhas de caracteres. É importante testar cada olho separadamente e ter certeza de que a criança não está espiando com o outro olho.
Problemas na visão devido à exposição à mídia digital
A comunidade médica está detectando um aumento acentuado de crianças com problemas oculares devido ao tempo excessivo de exposição à mídia digital. O órgão norte-americano National Eye Institute alerta que até 2030, 39 milhões de americanos serão míopes, isso em grande parte porque as crianças não param de olhar para as telas.
Olhar para monitores por longos períodos sem fazer pausas pode causar sintomas como:
Fadiga ocular: Os músculos ao redor dos olhos, como qualquer outro, podem se cansar com o uso contínuo. Concentrar-se em uma tela por longos períodos pode causar dificuldades de concentração e dores de cabeça na região das têmporas e nos olhos.
Visão embaçada: Olhar para a mesma distância por um longo tempo pode causar espasmos no sistema de foco do olho ou travá-lo temporariamente. Essa condição, chamada de espasmo de acomodação, faz com que a visão da criança fique embaçada quando ela desvia o olhar da tela.
Miopia: Alguns estudos também sugerem que o uso do computador e outras atividades em ambientes fechados podem aumentar as taxas de miopia (miopia) entre as crianças.
Olhos secos: Estudos mostram que as pessoas piscam com uma frequência significativamente menor quando se concentram em uma tela digital, o que pode deixar os olhos secos e irritados. O uso de computadores desktop e laptop pode ser especialmente difícil para os olhos das crianças, porque eles geralmente estão situados mais acima no campo visual do que um livro, por exemplo. Como resultado, as pálpebras superiores tendem a se abrir mais, acelerando a evaporação do filme lacrimal do olho.
Como tentar evitar esses riscos?
Segundo manual lançado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) , é recomendável evitar mídia digital para crianças menores de dois anos. O documento indica ainda a limitação dessa exposição digital em apenas uma hora por dia para crianças de dois a cinco anos e em até duas horas por dia por crianças entre seis e 10 anos.
Embora não se possa eliminar totalmente as telas, é possível ensinar hábitos melhores às crianças. Para ajudar a aliviar o cansaço visual digital, ensine para seus filhos a regra 20-20-20. Depois de cada 20 minutos, faça uma pausa de 20 segundos e olhe para objetos que estão a 20 metros de distância. Os olhos precisam de pausas do foco de perto, e as crianças podem perder a noção do tempo quando estão à frente dos monitores.
Outro passo para reduzir o uso de computadores e celulares pelas crianças é a criação de rotinas funcionais, como horários regulares para dormir e realizar as atividades ao longo do dia. É importante para a criança participar das atividades diárias, como cuidar do quarto, organizar os brinquedos, ajudar a arrumar a casa ou a preparar os alimentos.
Especialmente na primeira infância também indicam mais atividades ao ar livre. Pesquisas sugerem que a luz solar e os raios UV ajudam a promover o crescimento saudável dos olhos e, portanto, diminuem as chances de miopia em crianças.
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